domingo, 6 de maio de 2018

O Principio do Fim



   







O PRÍNCIPIO DO FIM

Se meus olhos faltassem lágrimas
Talvez eu não fosse mais triste
Quem sabe ser feliz não existe                                                   
Ou a vida só tivesse lastimas
Sou o mais puro poema sem rimas
Revelado quando a dor vem assim
Faria eu prisioneiro de mim
Para ocultar o abismo da dor
Transformando o averso em amor
E um infinito começo em fim...

A garganta desataria do peito
O nó cego de um grito contido
Já que o amor não é mais cometido
Serei eu o esquerdo e o direito
Se começo fosse derradeiro
O meu não te diria um sim
Anunciando o princípio do fim
Tremulando um caminho sem volta
Pela porta entreaberta e entre a porta
Não pensei fosse ser tão ruim

Kaká Bahia e Cinho.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Coração Sem Morada



Olhei pra o tempo menos menino
E cruzei minha vida com a cicatriz,
E em um solo mais firme criei raiz
Equilibrando na corda o meu destino
E como quem bamba soava um sino
Que desvirginava toda madrugada
Acordando-me ao lado da mulher amada
Que como a madrugada não era menina
E entre lençóis cumpria se a sina
De um coração sem dono e sem morada

As Linhas


As Linhas
(Kaká Bahia – João Sereno – Maviael Melo)


Tomastes as linhas da minha mão
E empinaste com ela meu coração
Feito pipa solta ao vento
Traçastes pelo relento
Numa cadencia perfeita
Do alto vejo que me manobra
E com minhas próprias linhas me esnoba
Dando-me rumo e direção
Queria eu cerol cortante
Ser a linha do horizonte
Cortar linhas voar montes
Rindo de quem me prendeu
E buscando a liberdade
Que existe nos olhos meus

Em uma das varias viagens que já fiz com meus parceiro nasceu essa poesia dentro do carro, foi tudo feito de improviso, rápido e rasteiro

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Vida Engatilhada


Engatilhei minha vida e lhe atirei
Foi um tiro certeiro que errei
A bala que lhe acertou me matou
E hoje vivo da morte nascente
De um amor que nem brotou nem nasceu
Terra fértil e sem semente
E com a diferença entre rei e plebeu
Sou eu o escravo da própria coroa
Um barco sem leme e sem proa
E perdido em meu próprio oceano
Aonde meu mundo é um abandono
Em que o porto muda sempre de lugar
E sem ter onde me atracar
Tento voltar para o leito de um rio
Procurando me sentir mais seguro
E fugindo desse seu beijo frio

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

CHULA DO TANQUE


Papai cantava chula
Mamãe com a roupa a lavar
Dependurada no tanque
Nunca parou de sambar
Pequenininho puxava a saia dela
Que me ninava com seu balançar
Mamãe sua cintura sorria
Papai não parava de tocar
Lembrança de menino da roça
Que comia paçoca
Com Tum Tum Tum de pilão
Na nossa vida tudo era doce
Como as batidas do coração
De quem viveu pra sambar
Mas não deserda seu chão

sábado, 18 de dezembro de 2010

Tudo Que Errei


Quando você se arrepender
De todos os seus pecados
E descobrir que esta ao meu lado
Foi à metade do todo que em ti faltou
E se os meus braços passassem a ser laços
Prendendo meu corpo ao seu
Veras que não fui um Romeu
Mas que Brutus também não sou
E quando tudo isso terminar
Pensarei em tudo que errei
E se você não aprender a amar
Eu também a mim não amarei

O PALHAÇO


Cansei de ser palhaço
E com alegria disfarço
A tristeza do meu olhar
Carregando comigo essa graça
De uma miséria que se embaraça
Com a pintura da minha face
Vivo mentido para um espelho
Quando coloco um nariz vermelho
Rindo por fora com meu disfarce
Da amêndoa eu sou a casca
Justamente o que disfarça
Quando alguém me diz: Faça!
Quando a dor esta crescendo
Eu me sinto protegido
Quando estou no picadeiro
Você rindo o tempo inteiro
E eu aos poucos vou morrendo

Lavando Magoas


A lavadeira tem suas penas
E com uma tristeza no seu olhar,
Corre pelo rio suas águas
E em seus olhos correm magoas
Que não tem onde desaguar
De um lado esta a margem
E ela marginal sempre esta
Cambaleando sentimentos
Não sabendo de que lado ficar
Em um soluço esconde o choro
E as lagrimas se juntam em coro
Que para o mar vai navegar
Lavadeira o seu destino
É ver o rio sempre menino
Cada dia mais pequenino
Que como lagrimas vai ficar.

domingo, 21 de novembro de 2010

Poema do Aparecer


Talvez eu demore a aparecer,

Mas talvez eu sempre esteja

Na flor de um novo amanhecer

Entregando-te a aurora numa bandeja

E se meu corpo for esquecido

Que meus atos sejam eternos

Para que nunca seja adormecido

Meu carinho por você tão fraterno

Se eu adormecer

Se eu demorar

Se acontecer

De nada constar

Lembre que o tempo

O tempo...

É um eterno esperar

Das águas e luas

Das luzes, dos mares

Eu sempre serei em você

Flor do amanhecer

Quando a lembrança chamar

Kaká Bahia e Victor Fidel

sábado, 24 de julho de 2010

Papeis

Escreveu com sangue
Todo ódio que tinha por mim,
Mas seu amor ficou apenas
Nas manchas vermelhas de carmim,
E das lembranças que ficaram
Marcadas na memória
Estão sempre as mais ruins,
Nem tudo foi dor,
Nem tudo foi gloria
E cada um escolheu uma historia
Fazendo sua própria novela,
Em que o cenário foi à vida
Mas as peças eram esquecidas
E assistir ao fim nunca foi capaz,
Continuo com o mesmo enredo
Assistindo sua própria clivagem
Não se pode retornar se esta presa,
Não se pode voltar se não fez a viagem
E devemos separar o inferno do céu,
Não queira ser sempre o principal artista,
E reconhecer que erramos
É ensaiar um novo papel

Presente e Passado

O tempo que se foi
São como cicatrizes
Eles marcam o chão cravando raízes
Valendo a pena olhar para trás,
Para ver florescer o que se plantou
E tudo que nasceu e brotou
Dará-lhe uma eterna sombra
Sustentada em seu legado,
Para isso chamaremos de passado,
Pois os atos dos homens
São como ferrões ao tempo,
Marcando a sua memória
Criando a sua historia
E para ter a certeza de estarmos vivos
Desfrutamos das mais puras emoções
Causando em nossos corpos frios e arrepios
Contraindo nosso corpo e mente
E para esse momento,
Chamaremos de presente.

A Solidão e o Cais


O meu peito é só de magoas,
E o teu sorriso que me falta
São as águas que meu barco
Precisa navegar,
Mas se secar esse rio
Minha vida por um fio
Se equilibra em teu olhar
E se sua tristeza for o meu cais
Eu juro que nunca mais
Vou a você me atracar,
Mas se em teu rosto rolasse uma lagrima
Seria o suficiente para eu me afogar,
E se o amor tiver asas
E não souber onde pousar
Faça de meus braços a tua casa,
Eu sou o cais do mundo
Seja você o meu mar,
Se sua sede se sentir só
Dando nas suas palavras um nó
Sou suas cordas e vocais a te amarrar
Calando sua própria voz
Mostrando que eu e você
Só podemos chamar de nós